ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO AUDITIVO
- Segundo Eisenberg (1976), a cóclea possui função auditiva normal após a vigésima semana de gestação (em termos fisiológicos). E, logo após o nascimento, o sistema auditivo é capaz de transmitir os sinais para o cérebro.
- Hull (1997) descreveu que ao nascer o bebê apresenta apenas audição do tipo reflexa, como estremecimento, reflexo cócleo-palpebral ou respostas comportamentais como, cessar movimentos, alteração na sucção, acordar.
Respostas comportamentais do recém-nascido a sons:
. PISCAR DE OLHOS – este é o chamado reflexo cócleo-palpebral.
. REFLEXO DE MORO – abrupto movimento de todo o corpo. Reação de sobressalto.
. STARTLE – susto ou sobressalto. Caracteriza-se por um pequeno “pulo” do corpo do bebê, imediatamente após o estímulo.
. CESSAÇÃO DE ATIVIDADE – esta resposta é observada quando a criança está chorando, movimentando braços e pernas e cessa marcantemente o seu choro e movimentos quando o som é ouvido.
. CARETAS – o rosto do bebê enruga-se como se quisesse protestar contra o som.
. SUCÇÃO – o bebê pode parar de sugar ou aumentar o ritmo de sucção quando escuta o som.
. MUDANÇA NA RESPIRAÇÃO – ritmo interrompido ou acelerado durante a apresentação do som.
. RISO OU CHORO – tanto pode cessar como iniciar estes comportamentos durante a apresentação do som.
Quando o bebê apresenta audição normal e é estimulado por sons, inicia-se o processo de atenção auditiva, e a repetição dentro de eu ambiente, promove o entendimento destes sons que vão se tornando significativos para ele. Por exemplo: a voz da mãe, o preparo do banho, entre outros.
Gradativamente, um rudimentar movimento de cabeça em direção a fonte sonora (0 a 3 meses), pode ser observado, que consiste no início do processo de localização do som.
Por volta dos 3 meses inicia-se no bebê uma atividade reflexa chamada de balbucio, que consiste no prazer da repetição de sons. Com a estimulação própria dos pais e da criança há o fortalecimento do desenvolvimento do feed-back acústico articulatório que está ativo desde o nascimento.
- Desenvolvimento de bebês acima de 4 meses.
Pode haver movimento dos olhos em direção à fonte sonora, bem como de cabeça. Entretanto, espera-se que as respostas de localização se desenvolvam em bebês normais apenas entre 4 e 6 meses de idade. Inicialmente os esforços de localização são grosseiros e limitados à habilidade do bebê para controlar os movimentos de cabeça. Aos 6 meses o bebê com audição normal deve realizar movimentos de localização razoavelmente claros e estas respostas de orientação são valiosas para a avaliação da sensibilidade auditiva das crianças do ponto de vista do desenvolvimento entre 5 meses e 2 anos de idade.
Assim sendo, por volta dos 4 meses de vida, os sons fazem com que a criança vire a cabeça para a sua direção, localizando assim a fonte sonora.
Apresenta-se a seguir algumas respostas comportamentais que a criança, de 0 a 24 meses de idade, pode manifestar mediante estímulos sonoros:
. 0 a 6 semanas: arregalar os olhos, piscar, agitação, despertar do sono, “strtle” (sobressalto);
. 6 semanas a 4 meses: movimentar os olhos, piscar, acalmar-se, início da virada rudimentar da cabeça aos 4 meses;
. 4 a 7 meses: localização lateral da fonte sonora no plano lateral, atitude de escuta;
. 7 a 9 meses: localização lateral, indiretamente para baixo;
. 9 a 13 meses: localização lateral para baixo e, indiretamente, para cima;
. 13 a 16 meses: localização lateral para baixo e para cima;
. 16 a 24 meses: localiza diretamente os sons em qualquer ângulo.
As reações motoras adquirem um papel de uma importância no processo de desenvolvimento do comportamento auditivo, onde é fundamental conhecer o tipo de resposta que a criança é capaz de apresentar, segundo sua faixa etária.
É importante ressaltar que junto com o desenvolvimento e maturação da função auditiva ocorre o desenvolvimento da linguagem, onde a experiência auditiva se torna o ponto mais importante para a sua construção.
Deficiência auditiva: Conversando com familiares e profissionais de saúde; autoras: Maria Cecília Bevilacqua e Adriane Lima Mortari Moret; Pulso Editorial; São José dos Campos; 2005.