ASSUNTOS POSTADOS

AFASIA EM ADULTOS
  A terminologia empregada para designar o distúrbio que afeta todos os aspectos da linguagem (compreensão e expressão), em decorrência de uma lesão cerebral é a Afasia.
          Tratando-se das causas mais freqüentes do desenvolvimento da afasia em adultos, encontram-se as seguintes:

DISTÚRBIOS VASCULARES – Acidente Vascular Encefálico (AVE)
          Considerada a forma mais comum de lesão hemisférica determinante de afasia. Ocorre devido o impedimento do fluxo sanguíneo que nutre o cérebro com oxigênio e glicose, em chegar à região que dele depende para manter-se íntegra, causando perda de funcionalidade e morte dos neurônios lá existentes. Apresenta-se mais severa e abrangente do que a realidade quando na fase aguda, tornando-se um quadro definitivo após esta fase. Referindo-se à AVE Hemorrágico (AVEH), observa-se maior intensidade das lesões e nos AVE Isquêmico (AVEI) o quadro neurológico é menos dramático.

INFECÇÕES
          A meningite é a forma mais comum de infecção no Sistema Nervoso, tal denominação se dá por apresentar infecção das meninges, ocasionando seqüelas lesionais em nervos periféricos.
          Tem a denominação de ENCEFALITE quando o acometimento ocorre no parâquima nervoso e MENINGOENCEFALITES referindo-se ao comprometimento das meninges e do encéfalo por microorganismos infectantes.
          Como quadro infeccioso mais relacionado ao desenvolvimento de afasia denomina-se a Encefalite Hérpética, provocada pelo Herpes Simples.
          Merece também um destaque especial à denominada NEUROCISTICERCOSE, que é provocada pela presença da larva do verme da Taenia Solium no Sistema Nervoso Central do ser humano.   
         
TUMORES
          Os intracranianos são a terceira causa mais comum de lesões cerebrais. De acordo com a localização, as alterações das funções nervosas superiores como afasia, apraxia, agnosias, entre outras, serão determinadas.

 TRAUMAS CRANIANOS
          Estão entre as causas mais comuns de distúrbios na fala e/ou na linguagem de adultos do sexo masculino. Em grande parte ocorre devido acidente de trânsito (veículos automotores ou não), sendo rara a incidência em acidentes de trabalho.

 DOENÇAS DEGENERATIVAS
          Denominadas assim, por serem caracterizadas pela deterioração progressiva da função neurológica devido à perda de neurônios e por conseqüente atrofia cerebral. Atingindo o córtex cerebral, são acompanhadas, em grande parte, por demência progressiva e distúrbios na linguagem. Já atingindo os gânglios da base, desencadeiam quadros de parkinsonismo ou de coréia.

DOENÇAS DESMIELINIZANTES
          Como principal representante deste grupo de doenças, observa-se a Esclerose Múltipla, que é assim destacada por apresentar perda da bainha de mielina de neurônios centrais, induzindo ao distúrbio de fala e/ou linguagem.

 DISTÚRBIOS TÓXICOS
          Quando os rins param de funcionar, várias toxinas (venenos) são produzidas pelo corpo; assim como, introduzidas do exterior do corpo. Neste último caso, as que mais determinam lesões cerebrais são: metais pesados (mercúrio, chumbo, arsênio), fosfatos orgânicos (usados em inseticidas), álcool e drogas de ação sobre o sistema nervoso central (diazepínicos, barbitúricos, entre outros). A Síndrome de Wernicke-Korsakoff é o mais conhecido distúrbio tóxico resultante da intoxicação crônica pelo álcool, nos alcoólatras.
          Partindo das causas mais comuns de afasia em adultos, em conformidade ao que já fora exposto, conclui-se que na AVALIAÇÃO de uma pessoa afásica, deve-se procurar descobrir quais os aspectos preservados e os não preservados da linguagem e fala, sendo utilizados para isso, testes e protocolos de avaliação como o teste de afasia de Schuell, teste de Boston para afasia, teste de afasia Rio de Janeiro, o protocolo de avaliação motora oral, o protocolo de comunicação funcional de M. T. Sarno e o protocolo de avaliação motora da fala (anexo 2) entre outros. De acordo com o caso e a preferência do fonoaudiólogo avaliador, o instrumento e as provas de avaliação serão escolhidos variando-se e adequando-se ao paciente, ressaltando sempre a importância de saber o histórico da vida dessa pessoa, seu cotidiano antes da afasia, dentre tantas outras informações que se fazem necessárias, para que sejam traçadas metas de acompanhamento e tratamento, com intuito de proporcionar-lhe meios facilitadores de se comunicar e de ter uma vida relativamente normal.     

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 Mac-Kay,A.P.M.G;Ferreira,V.J. A;Ferreira,T.M.S.F; Afasias e Demências-Avaliação e Tratamento Fonoaudiológico. São Paulo. Livraria Santos Editora Ltda; 2007.
 RUSSO I. P. Intervenção Fonoaudiológica na Terceira Idade – Primeira Reimpressão. Rio de Janeiro, RJ: REVINTER, 2004.












ALTERAÇÕES DA FALA E TROCAS DE GRAFEMAS NA ESCRITA
Os fonemas são unidades sonoras abstratas que transmitem diferenças semânticas. Muitas vezes, a diferença de significa­dos é marcada pela escolha de um fonema que se diferencia de outro por um único traço distintivo, como é o caso de palavras que se opõem pelo traço de sonoridade.
           Para chegar à descoberta do fonema a criança (o aprendiz) necessita adquirir e desenvolver a Consciência Fonológica, uma competência metalinguística que possibilita o acesso consciente ao nível fonológico da fala e a manipulação cognitiva das representações neste nível, que é tanto necessária para a aprendizagem da leitura e da escrita como dela consequente. O desenvolvimento da consciência fonológica tem sido frequente e consistentemente relacionado ao sucesso de aprendizagem da leitura e da escrita (Bowey, Cain & Ryan, 1992).   
          A relação entre a consciência fonêmica, consciência fonológica no âmbito do fonema, e a aquisição de leitura é recíproca bidirecional, ou seja, à medida que a consciência fonológica se desenvolve, esta facilita o aprendizado da leitura, que, por sua vez, propicia o estabelecimento da consciência fonêmica.
          Bentim, Hammer & Cahan (1991) demonstram que tanto a idade como a escolaridade influenciam o desenvolvimento da consciência fonológica.
          A aquisição da leitura e da escrita requer um ensino formal mesmo em se tratando de crianças inteligentes e saudáveis, enquanto para a aquisição da linguagem oral é necessário, apenas, que tais crianças sejam criadas em um ambiente estimulante, no qual a linguagem seja utilizada. Além disso, o que leva o aprendizado da leitura e da escrita a ser mais difícil é o fato de que a fala, ou a articulação da linguagem oral, não é composta de sons isolados, o que torna a representação alfabética uma abstração.
          Distúrbio da leitura e escrita é uma manifestação referente ao desenvolvimento da linguagem, que se caracteriza pela dificuldade na aquisição e/ou no desenvolvimento da linguagem escrita por crianças que apresentam déficits tanto de decodificação fonológica como de compreensão da linguagem oral e/ou escrita. Que segundo Gough & Tunmer (1986), as crianças inseridas nesse distúrbio, são leitores fracos por atraso de desenvolvimento.
          A leitura consiste de dois componentes: A Decodificação - refere-se aos processos de reconhecimento da palavra escrita, e Compreensão - é definida como o processo pelo quais as palavras, sentenças ou textos são interpretados (Gough & Tunmer (1986).
          No processamento da linguagem escrita estão inseridos quatro processadores, são eles: Processador ortográfico (representa o conhecimento visual das palavras), Processador semântico (armazena significados de palavras familiares como conjuntos de elementos de significados mais primitivos interassociados), Processador contextual (representa o conhecimento do contexto em que este enunciado se insere e está a serviço da construção de uma interpretação coerente durante o processo da leitura do texto) e Processador fonológico (contém uma complexa rede de unidades primitivas associadas. A imagem auditiva de cada palavra, sílaba ou fonema corresponde à ativação de um conjunto interconectato dessas unidades. Quando a imagem visual de uma sequência de letras está sendo processada no processador fonológico. Se a sequência é pronunciável, então o processador fonológico manda de volta uma informação que contribuirá para a decodificação da palavra escrita. Segundo Adams (1991), o processador fonológico presta dois valiosos serviços para o processamento da leitura: provê um sistema alfabético de suporte, indispensável à manutenção da velocidade e à precisão do reconhecimento da palavra necessária para a leitura produtiva; e promove um meio de expandir a memória durante a leitura, para as palavras individualmente, essenciais para a compreensão do texto.


CRIANÇAS COM DIFICULDADES NA FALA
          Atenção especial no período de alfabetização.
          Falar é um ato que envolve as estruturas dos aparelhos respiratório e digestivo, além de funções como respiração e deglutição. Quando qualquer um desses fatores é afetado, podem surgir distúrbios da fala, passíveis de correção através de tratamento especializado.
          As alterações da fala têm causas fisiológicas. Respiração bucal, língua, bochechas, dentes e maxilares mal posicionados geram alterações na arcada dentária e problemas de pronúncia das palavras. O uso prolongado de chupeta, sucção de dedo e alimentação pastosa por muito tempo prejudicam a mobilidade e tonicidade dos órgãos fonoarticulatórios.
          Fatores hereditários, traumas, timidez, e até mesmo o bilingüismo também podem comprometer a comunicação oral da criança.
          Dentre as alterações mais comuns, destacamos as seguintes: Deglutição atípica: é o pressionamento atípico da língua ou interposição anterior ou lateral da língua nos dentes, podendo levar a alterações na pronúncia dos fonemas (T/D/N/L) e ceceio lateral ou sigmatismo (S/Z). Dislalia:A criança troca letras, fala enrolado. Consiste em:
          1) troca de fonemas: |F| por |V|, |G| por |C|, |T| por |D|, etc.
          2) omissão de fonemas: sapato/ apato, palhaço/paiaço.
          3) distorção: papagaio/ papaigaio.
          4) inversão: televisão/tevelisão. Ocorre também de não se entender nada ou pouca coisa do que ela fala. A dislalia poderá ser um problema sério se persistir além da idade de aquisição normal da fala que é 4 anos, podendo deixar a criança inibida, tímida, causada pelas observações dos amiguinhos (ele fala errado!!!).
          Os pais e professores devem estar atentos, pois no período de alfabetização a criança pode transferir as trocas da fala para a leitura e escrita.
          Disfluência ou gagueira: a criança, por volta dos 3 a 4 anos, apresenta uma gagueira fisiológica. Dependendo de como é vivenciada, passa naturalmente ou se instala e os fatores emocionais e hereditários podem interferir nesse processo. Para estimular a fluência recomenda-se brincar com ritmo, música, teatro, dramatização, poesia, etc. Os pais devem evitar ao máximo corrigir e pressionar a criança, dando atenção especial ao conteúdo da mensagem e não a forma como ela está falando. Não completem as palavras, dando o tempo necessário para que ela termine a frase tranquilamente. Os pais devem evitar comparação e discriminação, ter calma, paciência e reduzir a ansiedade para não transferir ao filho.
          Atraso na aquisição da fala: algumas crianças começam a falar muito cedo, já na época do primeiro aniversário e outras que falarão só final do segundo ano de vida. A partir dessa idade, as crianças que apresentam vocabulário restrito, dificuldade em elaborar frases, dificuldade de compreensão, fala ininteligível e uso de gestos podem necessitar de tratamento especializado para estimulação da fala. Dentre as causas do atraso na aquisição da fala, destacamos: Fatores hereditários e falta de estimulação de modo geral; Fatores afetivos: abandono, rejeição, superproteção e ambiente familiar; Fatores orgânicos: rubéola, viroses, prematuridade, anoxia, etc.;
          A Dislalia é um distúrbio da fala que se caracterizado pela dificuldade de articulação de palavras: o portador da dislalia pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando, transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas.                                                                                                                                           Quando se encontra um paciente dislálico, devem-se examinar as os órgãos da fala e da audição a fim de se detectar se a causa da dislalia é orgânica (mais rara de acontecer, decorrente de má-formação ou alteração dos órgãos da fala e audição), neurológica ou funcional (quando não se encontra qualquer alteração física a que possa ser atribuída a dislalia).                                                                                                                                              A dislalia também pode interferir no aprendizado da escrita tal como ocorre com a fala.            A maioria dos casos de dislalia ocorre na primeira infância, quando a criança está aprendendo a falar. As principais causas, nestes casos, decorrem de fatores emocionais, como, por exemplo, ciúme de um irmão mais novo que nasceu, separação dos pais ou convivência com pessoas que apresentam esse problema (babás, por exemplo, que dizem “pobrema”, “Framengo”, etc.), e a criança acaba assimilando essa deficiência.
Há alguns casos comuns específicos de dislalia, que envolvem pronúncia do “K” do “G”, nos quais, por falta de motilidade do palato mole, a pessoa omite tais fonemas (por exemplo, falando “ato” ao invés de “gato”; “ma’a’o” ao invés de MACACO). O “R” brando (que é pronunciado através da vibração da ponta da língua atrás dos dentes incisivos superiores); em muitos dos casos de dislalia, o “R” também costuma ser omitido ou pronunciado guturalmente (a pessoa fala como se fosse um francês ou um alemão falando Português).                                                                                                                                     As trocas de letras mais comuns provocadas pela dislalia são de “P” por “B”, “F” por “V”, “T” por “D”, “R” por “L”, “F” por “S”, “J” por “Z” e “X” por “S”.
          Outra troca muito comum é o famoso “tatibitati”, que sempre acontece por excesso de mimos. Com isso, a criança fica falando de maneira entrecortada e infantilizada. É muito comum, por exemplo, encontrar adultos, sobretudo do sexo feminino, que foram excessivamente mimados na infância e cresceram falando de maneira infantil, o que pode lhes ser extremamente prejudiciais quando, por exemplo, fazem uma entrevista para conseguir um emprego.
          Esse problema pode se refletir também na escrita, e sua correção obedece aos mesmos parâmetros da correção dos problemas da fala. Os professores que trabalham com alfabetização devem dar uma atenção especial àquelas crianças que têm uma aprendizagem mais lenta e trocam letras ou apresentam outros sintomas da dislalia, insistindo com elas no sentido de que exercitem a pronúncia e ortografia correta das palavras.
          Estudos mais recentes consideram a linguagem escrita como parte de um continuum da linguagem oral e, as duas, como parte de um processo geral de linguagem. Portanto, aprender a ler e escrever depende de habilidades adequadas de processamento da fala.
          As principais dificuldades de Linguagem Escrita estão:
          - Nos processos gerais de linguagem:
          - Habilidades verbais e semânticas deficientes;
          - Falhas no processamento auditivo e na consciência fonológica;
          - Conhecimento limitado do vocabulário;
          - Habilidades de processamento inferencial e integrativas pouco desenvolvidas.


          Na leitura (recepção):
          - Déficits de decodificação gráfica;
          - Dificuldade de compreensão do conteúdo lido.

          Na escrita (expressão):
          - Disortografias (problemas ortográficos de diversas naturezas) e disgrafias (dificuldades diversas no traçado das letras);
          - Dificuldades no discurso escrito (textos pobres de conteúdo e de coerência).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Adms; Abordagem adotada por A. 1991; baseada no modelo conexionista de Seidenbergg & McClelland, 1989;

martamonicacoelho@hotmail.com ...www.clinicamartamonica.hpg.com.br/;

Santos M. T. M. dos; Distúrbios de Leitura e Escrita Teoria e prática; ed Manole. Barueri, SP. 2002;








AVC
IMPORTANTE!
PRESTE ATENÇÃO POR FAVOR!


          Isto é muito importante e pode salvar a vida de uma pessoa!

          Isto pode ser útil:
          Durante um churrasco uma amiga tropeçou e caiu no chão suavemente.
          Ela garantiu aos presentes que estava bem (aos que se ofereceram para chamar por socorro) e que havia tropeçado no ladrilho por causa dos seus sapatos novos.
          Os seus amigos ajudaram-na a levantar-se e trouxeram-lhe um novo prato de comida, enquanto ela parecia um pouco aturdida, tentando desfrutar da festa durante o resto da tarde.
          Mais tarde o marido ligou para os seus amigos informando-os que a sua mulher havia sido levada ao hospital aonde veio a falecer. Havia sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o churrasco.
          Se o seu esposo e amigos soubessem como reconhecer um AVC, talvez hoje ela estivesse viva.

Reconhecer um AVC
          Um neurologista afirma que se o chamarem dentro das primeiras 3 horas, os efeitos de um AVC podem ser revertidos totalmente. Afirma que é crucial diagnosticá-lo e prestar assistência ao paciente nas três horas subseqüentes.

Lembre-se dos "3" Passos. Leia e aprenda!
          Atualmente os médicos estabeleceram uma regra para reconhecê-lo mediante três simples perguntas: 
1. Peça que a pessoa SORRIA.

2. Peça que a pessoa LEVANTE AMBOS OS BRAÇOS.

3. Peça que a pessoa PRONUNCIE UMA FRASE SIMPLES (Coerente)
                  (por exemplo. Hoje está um dia ensolarado).

          Se ele ou ela apresentar dificuldades numa destas três questões, chame imediatamente o SOCORRO e descreva os sintomas. 
          Depois de descobrir que um grupo de voluntários que não são médicos pode identificar a debilidade facial, a debilidade motora dos braços e a debilidade na fala, os investigadores apelam ao público em geral para que aprenda estas três perguntas. Uma maior divulgação deste teste pode facilitar um rápido diagnóstico e tratamento do AVC e evitar danos cerebrais.
         
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AUDIOLOGIA - Desenvolvimento Auditivo
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO AUDITIVO

          - Segundo Eisenberg (1976), a cóclea possui função auditiva normal após a vigésima semana de gestação (em termos fisiológicos). E, logo após o nascimento, o sistema auditivo é capaz de transmitir os sinais para o cérebro.

          - Hull (1997) descreveu que ao nascer o bebê apresenta apenas audição do tipo reflexa, como estremecimento, reflexo cócleo-palpebral ou respostas comportamentais como, cessar movimentos, alteração na sucção, acordar.

          RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DO RECÉM-NASCIDO A SONS:
     . PISCAR DE OLHOS  este é o chamado reflexo cócleo-palpebral.
     . REFLEXO DE MORO  abrupto movimento de todo o corpo. Reação de sobressalto.
     . STARTLE  susto ou sobressalto. Caracteriza-se por um pequeno “pulo” do corpo do bebê, imediatamente após o estímulo.
     . CESSAÇÃO DE ATIVIDADE  esta resposta é observada quando a criança está chorando, movimentando braços e pernas e cessa marcantemente o seu choro e movimentos quando o som é ouvido.
     . CARETAS  o rosto do bebê enruga-se como se quisesse protestar contra o som.
     . SUCÇÃO  o bebê pode parar de sugar ou aumentar o ritmo de sucção quando escuta o som.
     . MUDANÇA NA RESPIRAÇÃO – ritmo interrompido ou acelerado durante a apresentação do som.
     . RISO OU CHORO  tanto pode cessar como iniciar estes comportamentos durante a apresentação do som.

          Quando o bebê apresenta audição normal e é estimulado por sons, inicia-se o processo de atenção auditiva, e a repetição dentro de eu ambiente, promove o entendimento destes sons que vão se tornando significativos para ele. Por exemplo: a voz da mãe, o preparo do banho, entre outros.

          Gradativamente, um rudimentar movimento de cabeça em direção a fonte sonora (0 a 3 meses), pode ser observado, que consiste no início do processo de localização do som.
          Por volta dos 3 meses inicia-se no bebê uma atividade reflexa chamada de balbucio, que consiste no prazer da repetição de sons. Com a estimulação própria dos pais e da criança há o fortalecimento do desenvolvimento do feed-back acústico articulatório que está ativo desde o nascimento.

           DESENVOLVIMENTO DE BEBÊS ACIMA DE 4 MESES.
           Pode haver movimento dos olhos em direção à fonte sonora, bem como de cabeça. Entretanto, espera-se que as respostas de localização se desenvolvam em bebês normais apenas entre 4 e 6 meses de idade. Inicialmente os esforços de localização são grosseiros e limitados à habilidade do bebê para controlar os movimentos de cabeça. Aos 6 meses o bebê com audição normal deve realizar movimentos de localização razoavelmente claros e estas respostas de orientação são valiosas para a avaliação da sensibilidade auditiva das crianças do ponto de vista do desenvolvimento entre 5 meses e 2 anos de idade.
           Assim sendo, por volta dos 4 meses de vida, os sons fazem com que a criança vire a cabeça para a sua direção, localizando assim a fonte sonora.
     Apresenta-se a seguir algumas respostas comportamentais que a criança, de 0 a 24 meses de idade, pode manifestar mediante estímulos sonoros:
     . 0 a 6 semanas: arregalar os olhos, piscar, agitação, despertar do sono, “strtle” (sobressalto);
     . 6 semanas a 4 meses: movimentar os olhos, piscar, acalmar-se, início da virada rudimentar da cabeça aos 4 meses;
     . 4 a 7 meses: localização lateral da fonte sonora no plano lateral, atitude de escuta;
     . 7 a 9 meses: localização lateral, indiretamente para baixo;
     . 9 a 13 meses: localização lateral para baixo e, indiretamente, para cima;
     . 13 a 16 meses: localização lateral para baixo e para cima;
     . 16 a 24 meses: localiza diretamente os sons em qualquer ângulo.

          As reações motoras adquirem um papel de uma importância no processo de desenvolvimento do comportamento auditivo, onde é fundamental conhecer o tipo de resposta que a criança é capaz de apresentar, segundo sua faixa etária.
          É importante ressaltar que junto com o desenvolvimento e maturação da função auditiva ocorre o desenvolvimento da linguagem, onde a experiência auditiva se torna o ponto mais importante para a sua construção.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BEVILACQUA M. C. & MORET A. L. M. Deficiência Auditiva: Conversando com familiares e profissionais de saúde; Pulso Editorial. São José dos Campos; 2005











Fonoaudiologia
 Saúde e Comunicação a Serviço da Sociedade
           O Fonoaudiólogo é um profissional autônomo que atua não só com o diagnóstico e tratamento dos transtornos da comunicação humana, mas seguindo uma tendência orientada pela ONU/OMS, atua promovendo saúde com tratamentos preventivos. Este trabalho começa nas maternidades, passa por jovens, adultos e chega à terceira idade, além de abranger os portadores de deficiência e trabalhadores.

Área Hospitalar
         Atua em UTIs, enfermarias e nos leitos domiciliares diagnosticando e tratando pacientes que não conseguem engolir alimentos, falar ou articular palavras, devido a lesões neurológicas e acidentes vasculares.

Área Materno-Infantil
          Realiza testes auditivos e acompanha o desenvolvimento neuromotor de recém-nascidos. Previne, trata e diagnostica bebês com dificuldades para sugar e engolir.

Área de Motricidade Oral
          Trata as desordens funcionais relacionadas à deglutição e mastigação, diagnosticando, tratando e prevenindo os problemas motores-orais.

Área de Audiologia Clínica
          Previne, diagnostica e trata as perdas auditivas em bebês, crianças, adultos, idosos e trabalhadores. Indica o uso e faz a seleção e adaptação de aparelhos auditivos.

Área de Voz
          Previne, diagnostica e trata os distúrbios da voz em geral. Atende a professores, asmáticos, queimados e pacientes oncológicos. Atua também na área da estética vocal e dicção.

Área de Linguagem
          Previne, diagnostica e trata os distúrbios da linguagem oral e escrita. Atua na área de desordens neurológicas: seqüelas de AVC, síndromes infantis, portadores de deficiências auditivas, atrasos e transtornos invasivos da linguagem e fala.

(CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA – 1ª REGIÃO – 8º COLEGIADO – RJ)





ORIENTAÇÕES AOS PAIS – LINGUAGEM

A seguir algumas sugestões direcionadas aos pais:
·     Tentar procurar reconhecer as tentativas de comunicação do seu filho e repetir com linguagem clara o que foi compreendido;
·     Não atendê-lo prontamente, deixar a criança tentar se comunicar e pedir o que quer; esperar que ela tente dizer por meio de palavras o que está querendo;
·     Criar condições para que a criança se comunique, por meio de palavras corretas, aquilo que ela quer expressar. Por exemplo: se a criança aponta para o filtro, pegar imediatamente o copo e perguntar-lhe: “Você quer água? Eu vou dar água a você.”
·     Incentivar a criança a imitar os sons produzidos por carros, animais, tosse, espirro e fala;
·     Oferecer o modelo correto de linguagem, por exemplo: se utiliza /bo/ para dizer /bola/, deve-se repetir bola;
·     Não usar diminutivos ou fala infantilizada, pois não é um estilo de linguagem adequado;
·     Caso a criança apresente alguma dificuldade em determinada tarefa, oferecer-lhe algo mais fácil, evitando assim frustrações por não ter conseguido êxito naquele momento;
·     Procurar usar palavras simples ou frases mais curtas;
·     Tenham sempre uma atitude positiva diante do problema do seu filho, não o recrimine ou brigue com ele quando fala “errado”;
·     Deve haver sempre a preocupação de se impor limite ao comportamento da criança. Ela consegue entender muito bem quando pode ou quando não pode fazer alguma coisa;
·     Aprendam o que puderem para ajudar a criança. Procurem os profissionais e façam perguntas a eles. Lembrem-se de que pais e profissionais possuem um objetivo em comum: o melhor para o seu filho. Troquem idéias com os profissionais, tirem dúvidas. Esta troca é muito importante para o sucesso do processo terapêutico;
·     Orientem as pessoas que fiquem por alguns momentos responsáveis pela criança, caso tenham que se ausentarem. Essas pessoas devem ter as informações necessárias para que desenvolvam adequadamente o processo educacional, aproveitando as atividades da vida diária da criança (como comer, vestir-se, calçar o sapato, tomar banho...);
·     O filho que apresenta qualquer dificuldade exige dos pais uma atenção especial. Porém, os pais não podem se esquecerem de suas próprias necessidades, pois são pessoas. A criança precisa aprender a respeitar a necessidade de seus pais;
·     Dois recursos bastante utilizados por algumas famílias para auxiliar no desenvolvimento da linguagem oral são: o álbum de linguagem e o diário.
ð   O álbum de linguagem pode ser um caderno ou pasta em que a família desenha, cola fotografias, figuras ou objetos dos eventos mais significativos que ocorreram ou que poderão ocorrer em um futuro próximo. Exemplos: passeio ao Shopping, ao zoológico, etc.
ð   O diário pode ser um caderno ou agenda em que os pais registram as conquistas realizadas pela criança no dia ou semana destacada.

(Estratégias Terapêuticas - adaptado do texto de Maria Cecília Bevilacqua & Gisela Maria Pimentel Formigoni).